NFTs

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Autoria inicial: Denys Santos da Cruz,  João Ricardo Dias da Silva, Victor Valente

NFTs (sigla em inglês para Tokens Não Fungíveis) são tokens criptográficos que representam um registro único de alguma coisa. Ao contrário dos tokens fungíveis, um bem registrado sob esse tipo de token, adquire um status de exclusividade e originalidade, a exemplo de uma obra de arte ou um item histórico. Somente o dono de determinado NFT pode atestar sua propriedade em blockchain. O termo em inglês é pronunciado “êne, éfe, tê”. Alguns mais espirituosos, chamam de “néftis”.

Os tokens não fungíveis são usados para criar escassez digital verificável, assim como propriedade digital e a possibilidade de interoperabilidade de ativos através de diversas plataformas.

Histórico

O primeiro NFT foi criado em 2014, para registrar um video-clipe criado por Jennifer McCoy

Com o surgimento do protocolo Ethereum em 2015, é apresentado na DEVCON 1 o projeto Etheria, que utiliza os contratos inteligentes da Etherium para viabilizar os NFTs.

A partir de então, diversas iniciativas no campo das artes, do comércio, mercado financeiro e da indústria de eventos foram implementadas por meio de NFTs. A Nike, por exemplo, patenteou em 2019 o projeto CryptoKicks, pelo qual é possível verificar a autenticidade dos tênis por meio de NFTs.

Blockchain

Os NFTs surgiram a partir do token Ether, criptomoeda nativa da blockchain do protocolo Ethereum.

O padrão de tokens ERC-721 (NFTs) foi criado a partir da alteração do código dos tokens ERC-20, de início implementados para servirem como tokens fungíveis. A princípio, os tokens fungíveis serviam apenas como moedas de troca para utilização dentro do ecossistema do protocolo Ethereum.

De forma mais ampla, a maioria dos NFTs faz parte da blockchain Ethereum, embora outras blockchains tenham implementado sua própria versão de NFTs. Ethereum é uma blockchain, como a blockchain do bitcoin, mas seu blockchain também rastreia quem é proprietário de um NFT ou está negociando NFTs.

Escassez digital programada

A implementação de um mecanismo que permitia a individualização de um token em blockchain serviu para que esse novo tipo de token fosse aplicado com o fim de atestar a propriedade de uma coisa única.

Essa possibilidade foi primeiramente utilizada para que se programasse a escassez de obras visuais que antes não tinham como ser controladas em ambiente digital.

Dessa forma, artistas digitais começaram a registrar suas criações em blockchain por intermédio dos NFTs, de modo a individualizar cada arte produzida. Com isso, era possível controlar a quantidade de obras comercializadas e seus compradores, mesmo que pseudônimos.

Possibilidades de mercado

Os NFTs podem realmente ser qualquer coisa digital (como desenhos, música, relatórios de previsão do tempo, lances e chutes do Messi na Copa do Catar), mas muito da utilização atual é o uso dessa tecnologia para vender arte digital.

Por ser uma aplicação nova, os valores de um NFT variam de acordo com o design e com o seu criador, havendo quem acredite que determinadas artes, por demandarem pouco custo e tempo de trabalho para serem feitas, não valem o preço que está sendo paga. Mas ainda assim, a nova tecnologia tem se tornado uma forma de renda para designers independentes, em que em sua maioria são compostos por amantes de tecnologia, publicitários e desenhistas que, com as dificuldades em se encaixarem no mercado de trabalho, ou de terem a sua arte valorizada e reconhecida na internet, atualmente estão conseguindo vender suas criptoartes a quem se interesse.

Instituições e sites especializados possuem inclusive manuais e técnicas sobre como iniciar no mercado de NFTS, a exemplo de portais como SeuDinheiro e Sebrae.

NFTs e arte

Um dos primeiros mercados para o uso de NFTs foi o de compra e venda de obras de artes. Hoje é possível encontrar galerias de arte totalmente especializadas em NFTs.  

Especialistas destacam como benefícios: a otimização da logística, do armazenamento e da conservação das obras, já que o acervo é totalmente digital, e a possibilidade de registrar o histórico de venda das obras.

Leilões milionários vêm sendo feitos nos últimos anos. Sendo que o mais valioso deles foi o da obra Merge, avaliada em mais de 91 milhões de dólares. Um dos principais artistas no campo da criptoarte é o Mike Winkelmann, conhecido como Beeple. Ele vendeu sua obra Everydays: the First 5000 Days por 69 milhões de dólares.

Everyday, obra NFT produzida por Beeple.